Desafios e esperanças com a nova Política Nacional do Câncer

Nos últimos anos, o câncer tem se mostrado uma das principais preocupações de médicos, sociedade e também do Ministério da Saúde. E mesmo vivendo em um cenário marcado por avanços científicos e tecnológicos, segue sendo uma das principais preocupações em saúde pública no Brasil.

Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), são esperados 704 mil novos casos anuais entre 2023 e 2025 no país, o que tem tese coloca o Sistema Único de Saúde em um grande gargalo. Dos casos esperados, estima-se que o câncer de mama, o mais comum entre as mulheres, continue sendo o mais incidente, seguido pelo câncer de colo de útero.

Nos últimos 10 anos, a incidência de câncer aumentou em 20%, e é previsto que até 2030 haverá mais de 25 milhões de novos casos. Estimar o número de novos casos de câncer é crucial para direcionar políticas públicas e recursos de forma eficaz no combate a essa doença.

Em 2023, o Senado Federal aprovou, sem vetos, o projeto de Lei do deputado federal (MG), Weliton Prado que criava a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A lei tem como objetivo reduzir a incidência de câncer; contribuir para melhoria da qualidade de vida dos pacientes; diminuir a mortalidade; eliminar vários tipos de câncer em estágio inicial, como o de colo do útero; e assegurar acesso do paciente ao cuidado integral. Além de promover iniciativas voltadas para a prevenção, diagnóstico precoce e acesso a tratamentos de qualidade para os pacientes oncológicos.

“A cura do câncer é possível! Com diagnóstico e tratamento ágeis e adequados, a maioria dos pacientes podem ser salvos. No entanto, a realidade nos confronta, apesar das leis estabelecendo prazos para diagnóstico e tratamento. Ainda há um número elevado de mortes evitáveis porque não há o cumprimento dos direitos”.

Weliton Prado

Mas entre a teoria e a prática, há muitos aspectos a serem definidos. A nova política visa garantir acesso completo aos pacientes – desde o diagnóstico até o tratamento, melhorar a qualidade de vida dos pacientes com câncer e reduzir a mortalidade pela doença. Este é um esforço colaborativo que envolve várias áreas e atores, tanto do governo federal quanto dos governos estaduais, municipais numa união de esforços pela vida.

É cada vez mais evidente hoje que o câncer pode ser prevenido por meio de ações específicas, como a vacinação contra o HPV, e pela promoção de hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, exercícios físicos, controle do peso e evitando o tabagismo, entre outros fatores conhecidos por estarem relacionados à causa do câncer.

“Sim, é possível se curar de câncer e ter uma vida saudável”, nos conta Carol Gavino, gerente de Comunicação da Fundação 1º de Maio. A saúde é direito de todos e dever do Estado, por isso, precisamos cobrar do nosso executivo e legislativo medidas de prevenção e tratamento para os diversos tipos de câncer. Tive leucemia aos 18 anos e hoje estou curada, tenho dois filhos e sigo com vida normal, algo que só foi possível com tratamento adequado. A ampliação da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, promulgada no ano passado, é de extrema importância para garantir que todo brasileiro possa ter acesso a prevenção e cuidado”.

Embora os avanços com tratamentos, protocolos, medicamentos e terapias inovadoras tragam mais esperança, o alto custo dos tratamentos e os elevados números de casos também representam um desafio para as contas públicas. Então, diante dos desafios dos próximos anos, precisamos seguir firmes na prevenção, na prática de hábitos saudáveis e na elaboração contínua de política públicas que ampliem o acesso a tratamentos adequados e modernos.

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